Evento “Jornalismo e Catástrofes”: um debate a manter
12 December 2024
No dia 29 de novembro, o Communitas organizou um debate sobre jornalismo e catástrofes, reunindo especialistas e profissionais para refletirem sobre o papel da comunicação em situações de crise, particularmente as que estão associadas a eventos climáticos extremos. O evento, que decorreu no Auditório da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, abordou temas como a relação entre a proteção civil e os media, a cobertura noticiosa de catástrofes ambientais e os desafios éticos e operacionais envolvidos.
Os convidados Júlio Melo, Comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários de Esposende e Coordenador do Gabinete Municipal de Proteção Civil de Esposende, José António Pereira, Jornalista da RTP e Professor Assistente Convidado da Universidade da Beira Interior, e Márcia Franz Amaral, Professora titular da Universidade Federal de Santa Maria e investigadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Brasil), responderam às questões colocadas pela moderadora Alice Balbé, investigadora do CECS, de forma sequencial e sobre os vários pontos de vista dependentes de cada experiência.
Durante o debate, foi discutida a pertinência e as implicações do uso de diferentes termos como “desastre” e “catástrofe”, a partir das perspetivas operacionais, académicas e jornalísticas. Os participantes refletiram sobre as dinâmicas temporais que envolvem esses eventos, desde a necessidade de respostas imediatas até a dificuldade de nomear e verificar as consequências de um acontecimento, que muitas vezes demora a ser compreendido, não obstante precisar de ser comunicado de forma imediata e eficaz.
Outro ponto central da discussão foi o equilíbrio delicado entre informação e dramatização, com ênfase na responsabilidade dos media em evitar a espetacularização excessiva, particularmente quando vidas humanas estão em risco. A importância de uma cobertura que não gere uma “fadiga” nas populações afetadas também foi destacada.
Por fim, os participantes discutiram as questões de prevenção nas várias frentes da proteção civil, destacando a importância de estratégias bem estruturadas e de um trabalho conjunto entre jornalistas, cientistas e autoridades locais para melhorar a resposta a catástrofes futuras.